De “Selma” a “Bicho de Sete Cabeças”, iG seleciona alguns dos melhores longas lançados nos últimos 15 anos e disponíveis no cinema, em home video ou no Netflix
Por Luísa Pécora , iG São Paulo
Uma das maiores injustiças do Oscar deste ano foi o fato de Ava DuVernay não ter recebido uma indicação ao prêmio de direção por “Selma – Uma Luta Pela Igualdade”. Ela seria apenas a quinta mulher a ser indicada na categoria, que até hoje só premiou uma cineasta: Kathryn Bigelow, por “Guerra ao Terror”, em 2010.
As diretoras ainda têm de lutar por igualdade em Hollywood. Apenas 7% dos 250 filmes de maior bilheteria nos Estados Unidos em 2014 foram dirigidos por mulheres, de acordo com estudo do Centro para o Estudo da Mulher na Televisão e no Cinema da San Diego State University. Foi um aumento de 1% em relação ao ano anterior, mas abaixo dos 9% registrados quando o levantamento começou a ser feito, em 1998.
No Brasil, dados da pesquisadora Paula Alves apontam que mulheres dirigiram apenas 15,37% de todos os lançamentos de 2001 a 2010.
Para celebrar o trabalho das mulheres por trás das câmeras, o iG selecionou 15 ótimos filmes, dirigidos por 15 diretoras diferentes e lançados nos últimos 15 anos. E o melhor: todos estão disponíveis nos cinemas, DVD, Blu-ray ou Netflix.
Veja 15 filmes dirigidos por mulheres para assistir agora:
Ava DuVernay, diretora de “Selma” | Dimitrios Kambouris/Getty Images
“Selma – Uma Luta Pela Igualdade”:Dirigido pela americana Ava Duvernay e indicado a dois Oscar, narra a histórica marcha liderada por Martin Luther King Jr. em 1965 para assegurar aos negros o direito do voto. Outros filmes da diretora: “This Is the Life” (2008), “I Will Follow” (2010) e “Middle of Nowhere” (2012).
“Elena”: Documentário da brasileira Petra Costa, no qual mostra uma difícil viagem a Nova York em busca de pistas sobre a irmã mais velha, que 20 anos antes deixou a família para tentar a carreira de atriz nos Estados Unidos. Outro filme da diretora: “Olmo & the Seagull” (2014).
“Precisamos Falar Sobre Kevin”: Dirigido pela escocesa Lynne Ramsay, tem grande atuação de Tilda Swinton. Baseado no romance de Lionel Shriver, é centrado na mãe de um garoto que cometeu um massacre em seu colégio. Outros filmes da diretora: “Ratcatcher” (1999) e “Morvern Callar” (2002).
“Minhas Mães e Meu Pai”: Dirigido pela americana Lisa Cholodenko, foi indicado a quatro Oscar. Mostra a história de uma família formada por duas mulheres e seus filhos adolescentes, que decidem conhecer o doador de esperma que permitiu sua concepção. Outros filmes da diretora: “High Art” (1998) e “Laurel Canyon – A Rua das Tentações”.
“Inverno da Alma”: Dirigido pela americana Debra Granik, rendeu a primeira indicação da atriz Jennifer Lawrence ao Oscar. Ela interpreta uma jovem forçada a cuidar da família, e que precisa evitar que o envolvimento do pai com o tráfico de drogas culmine na perda da casa. Outros filmes da diretora: “Down to the Bone” (2004) e “Stray Dog” (2014).
“Em um Mundo Melhor”: Dirigido pela dinamarquesa Susanne Bier, ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro. Conta a história da perigosa amizade entre Christian, um jovem que acaba de perder a mãe, e Elias, filho mais velho de um médico que trabalha em um campo de refugiados na África. Outros filmes da diretora: “Aconteceu Naquele Hotel” (1995), “Corações Livres” (2002), “Brothers” (2004), “Depois do Casamento” (2006), “Coisas que Perdemos pelo Caminho” (2007) e “Amor é Tudo o Que Você Precisa” (2012).
A cineasta Jane Campion, indicado ao Oscar por ‘O Piano’ | Getty Images
“Brilho de Uma Paixão”: Dirigido pela neozelandesa Jane Campion, indicada ao Oscar de direção por “O Piano” em 1994. Narra o romance entre o poeta John Keats e Fanny Brawne. Outros filmes da diretora: “Sweetie” (1989), “Um Anjo em Minha Mesa” (1990), “Retratos de Uma Mulher” (1996), “Fogo Sagrado!” (1999) e “Em Carne Viva” (2003).
“Educação”: Dirigido pela dinamarquesa Lone Scherfig, foi indicado a três Oscar. Acompanha a vida de uma garota que vive na Londres dos anos 1960 e se apaixona por um homem mais velho. Outros filmes da diretora: “Italiano Para Principiantes” (2000), “Meu Irmão Quer Se Matar” (2002), “Um Dia” (2011) e “The Riot Club” (2014).
Kathryn Bigelow ganhou o Oscar de direção em 2010 por ‘Guerra ao Terror’ | Getty Images
“Guerra ao Terror”: Dirigido pela americana Kathryn Bigelow, ganhou seis Oscar. Durante a Guerra do Iraque, o filme segue três soldados especializados em desarmar bombas. Outros filmes da diretora: “The Loveless” (1981), “Quando Chega a Escuridão” (1987), “Jogo Perverso” (1989), “Caçadores de Emoção” (1991), “Estranhos Prazeres” (1995), “O Peso da Água” (2000), “K-19: The Widowmaker” (2002) e “A Hora Mais Escura” (2012).
“Rio Congelado”: Dirigido pela americanaCourtney Hunt, foi indicado a dois Oscar e tem uma ótima atuação de Melissa Leo. Ela interpreta uma mulher abandonada pelo marido e sem dinheiro para cuidar dos filhos, que aceita transportar imigrantes ilegais para os Estados Unidos. Outro filme da diretora: “The Whole Truth” (2015).
“A Família Savage”: Dirigido pela americana Tamara Jenkins, mostra dois irmãos frustrados – ele um professor de teatro, ela uma aspirante a dramaturga – que são obrigados a confrontar o passado quando seu pai enfrenta um grave problema de saúde. Outro filme da diretora: “O Outro Lado de Beverly Hills” (1998).
“Longe Dela”: Dirigido pela canadense Sarah Polley, foi indicado a dois Oscar, inclusive o de melhor atriz para Julie Christie. Leva para as telas um conto de Alice Munro (“The Bear Came Over the Mountain”) sobre uma mulher com Alzheimer que é internada em uma clínica e passa a morar longe do marido de muitos anos. Outros filmes da diretora: “Entre o Amor e a Paixão” (2011) e “Histórias que Contamos” (2012).
A cineasta canadense Sarah Polley, de ‘Longe Dela’| Divulgação
“Um Lugar Qualquer”: Dirigido pela americana Sofia Coppola, indicada ao Oscar de direção por outro filme, “Encontros e Desencontros”, em 2004. Em “Um Lugar Qualquer”, um ator entediado revê sua vida ao passar tempo com a filha de 11 anos. Outros filmes da diretora: “As Virgens Suicidas” (1999), “Encontros e Desencontros” (2003), “Maria Antonieta” (2006) e “Bling Ring: A Gangue de Hollywood” (2013).
“A Vida Secreta das Palavras”: Dirigido pela espanhola Isabel Coixet, mostra uma mulher com problema de audição que, em suas primeiras férias em anos, viaja a uma plataforma de petróleo para cuidar de um homem com queimaduras graves. Outros filmes da diretora: “Confissões de um Apaixonado” (1996), “Minha Vida Sem Mim” (2003), “Fatal” (2008), “Map of the Sounds of Tokyo” (2009), “Yesterday Never Ends” (2013), “Another Me” (2013), “Learning to Drive” (2014) e “Nobody Wants the Night” (2015).
“Bicho de Sete Cabeças”: Dirigido pela brasileira Laís Bodanzky, narra a trajetória de Neto, um jovem de classe média enviado a um hospital psiquiátrico para pessoas com problemas mentais após seu pai encontrar drogas em seu bolso. Outros filmes da diretora: “Cine Mambembe – O Cinema Descobre o Brasil” (1999), “Chega de Saudade” (2007) e “As Melhores Coisas do Mundo” (2010).
Fonte: IG
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