Você deve estar pensando porque é que existe uma data para a comemoração de uma Síndrome, não é? Então continue lendo que você vai entender.
O Dia Internacional da Síndrome de Down foi criado para dar voz e visibilidade às pessoas que nasceram com a trissomia e para defender o seu direito à inclusão em todas as esferas da sociedade, em igualdade de condições com os demais.
Inteligentemente 21 de março (21/03) foi escolhido como a data de comemoração porque a Síndrome de Down é uma alteração genética no cromossomo “21”, que deve ser formado por um par, mas na situação das pessoas com a síndrome, aparece com “3” exemplares (trissomia).
Hoje falamos do assunto porque além de apoiar o empreendedorismo feminino, também reconhecemos a importância de apoiar e incentivar outras ações de relevância social.
Por isso nesta semana abrimos espaço para o Gabriel, sócio proprietário da Downlícia, e para a Jéssica, fundadora da Bellatucci Café. Ambos são empreendedores com a síndrome e os convidamos para apresentar e comercializar os seus produtos para os colaboradores Whirlpool Corporation (nossa mantenedora e fabricante das marcas Consul, Brastemp e KitchenAid).
A fim de fazer a melhor recepção possível aos nossos convidados, conversamos com Simone Lozano, fundadora do Instituto Chefs Especiais, que há 13 anos trabalha gratuitamente com esse público.
Logo no início da conversa Simone já deixou uma dica para todos nós: “O termo portadores de síndrome de down é errado, vamos aprender a usar o termo PESSOAS com síndrome de down? Porque é isso o que eles são – pessoas”, disse.
O Instituto Chefs Especiais é nacionalmente reconhecido pelo seu trabalho pioneiro que visa facilitar a autonomia de pessoas com síndrome de Down, através dos seus cursos de gastronomia.
Atualmente 300 pessoas são atendidas gratuitamente por um time de Chefs de Cozinha. “Os alunos chegam por indicação ou porque viram alguma matéria nossa. Hoje nós temos uma procura muito grande e, consequentemente, uma fila de espera muito grande também. A maioria do nosso time é formado por voluntários, que devem ser extremamente comprometidos com a causa”, contou Simone.
Quando questionada sobre alguma história que a marcou, Simone lembrou de Natália na hora, uma menina que chegou ao Instituto ainda pequena e literalmente recomeçou sua vida ali dentro.
“Costumo dizer que se eu fechar o Instituto hoje, eu fecho com a sensação de dever cumprido, somente pela história da Natália. É claro que existem diversas histórias incríveis, mas a dela é a que mais me emociona”.
Lozano explicou que pessoas com Síndrome de Down tem muita possibilidade a ter leucemia e esse era o caso de Natália.
“Quando chegou aqui ela já não tinha mais nenhuma expectativa de vencer a doença, pois o seu corpo já não respondia a quimioterapia e ao tratamento, por isso, e por talvez acreditar que não iríamos tê-la por perto por muito tempo, a chamávamos para toda e qualquer atividade.
Bom, certo tempo passou e o médico que a atendia perguntou a sua mãe o que havia mudado na rotina da menina e a resposta foi simples: ‘agora ela frequenta aulas de culinária, pois é a única coisa que quer fazer’. E a réplica da médica foi o que mais me fez feliz até aqui: ‘Então não a tire desse lugar por nada, porque a autoestima dela está elevada e o corpo começou a reagir ao nosso tratamento’”. Simone disse orgulhosa, complementando que hoje Natália está curada e é uma moça linda que ainda frequenta o Instituto.
O que mantém o Chefs Especiais são os eventos corporativos realizados por eles, e também o apoio de empresas e voluntários, que aparecem contribuindo financeiramente ou com os seus serviços. No site www.chefsespeciais.com.br é possível encontrar todas as formas de doações e voluntariado. Vale a pena conhecer mais!
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