É preciso persistência para se levar a vida no Semiárido Nordestino, região de Feira de Santana (BA), onde está a comunidade Fazenda Lagoa da Negra.
Isso não falta às mulheres da Associação Comunitária Lagoa da Negra (Acolan). Desde a década de 90, elas e outros microprodutores da região unem forças para fazer da terra sua fonte de renda. Assim surgiu a horta comunitária e a tentativa de comercializar alimentos produzidos com o excedente da colheita, originando a Acolan, fundada em 2006.
Com apoio de entidades, as associadas fizeram cursos de fabricação de biscoitos, geleia, bala e panificação. Mas a ideia começou a vingar com a chegada do Consulado da Mulher, no final de 2013. O Consulado doou todo o equipamento para produção: ganharam freezer, fogão, refrigerador, entre outros. “Tínhamos a teoria, mas não tínhamos como desenvolver. O apoio do Consulado foi o ponto de partida para nos encorajar, dando ânimo para avançar”, explica Lucia Bispo Santana, de 56 anos, presidente e fundadora da Acolan.
Elas chegaram a ter um ponto de venda na BR-116, mas era longe e caro. Resolveram ficar na comunidade mesmo, perto da cozinha onde produzem – na casa de Lucia. Diariamente, vendem biscoitos de tapioca, temperos e picolés, feito pela e para a comunidade. Vendem também trabalho artesanal, como pintura e bordado em tecido. “Com o apoio do Consulado, estamos aprendendo sobre a importância do trabalho em equipe, além de organizar e administrar melhor nosso negócio”, conta Lucia.
Hoje, são 25 mulheres que tiveram aumento de renda com a abertura do negócio, complementando o que ganham na roça. “Por enquanto é uma estrutura provisória. Mas em breve teremos nosso próprio prédio e vamos nos tornar uma empresa maior”, prevê Lucia, com um sorriso no rosto.
Fotos de Gil Ramos
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