Com a força da ancestralidade – A história de Bell Rezende
Era de vestido engomado, fita nos cabelos, meias e sapatos de boneca que minhas irmãs e eu rompíamos as ruas de Rio Claro.
Obra de dona Aparecida, minha mãe que, proibida pelo meu pai de se enfeitar, investia com esmero na arrumação das três filhas. Não havia quem não comentasse a beleza das suas meninas. Eu mesma parecia uma boneca. Mas em nada me parecia o modelo de boneca que conhecia: sempre branca de cabelos coloridos.
Minha mãe, que não pôde estudar, sempre exaltou a importância do conhecimento, fosse ele qual fosse. Ela ensinava aos filhos tudo o que sabia, pois sabia que, um dia, as lições seriam úteis: lavar roupa, pregar botões, cozinhar. Já meu pai não achava que meninas deveriam ter diploma, nem amigos, nem viagens para sonhar.
Entendendo que a vida passa rápido demais e que tudo o que temos é o agora, dona Aparecida preparou os filhos para a própria independência. Nos ensinou que poderíamos contar uns com os outros, e desde muito cedo essa literal fraternidade foi colocada à prova.
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